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sexta-feira, março 29, 2024
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Entrevista com o Top Voice Dimitri Vieira – Como se comunicar melhor por meio da escrita e do Storytelling?

Staage: Como escrever conteúdos autênticos e capazes de prender a atenção do seu leitor da primeira até a última palavra?

Dimitri Vieira: especialmente na escrita de conteúdos online, tem quatro pilares que fazem toda a diferença:

  • Storytelling: para despertar a identificação e, ao mesmo tempo, deixar o leitor interessado em acompanhar a resolução de um conflito interessante;
  • Experiência de usuário: precisamos considerar o comportamento disperso das pessoas no ambiente online, para entregar os elementos certos da melhor forma e no momento certo;
  • Copywriting: para evidenciar ao seu leitor que o que você tem a dizer é importante para ele naquele momento e incentivá-lo a ler;
  • Escrita Criativa: quando se trata de Storytelling e Copywriting, sabemos que existem muitas fórmulas prontas e, se o leitor percebe que seu texto é “mais do mesmo”, ele não hesita em fechar a aba. Então, para proporcionar uma experiência inovadora para quem lê, você precisa usar algumas técnicas da Escrita Criativa para quebrar padrões e entregar algo novo. 

Staage: Você diz que Storytelling não é apenas contar histórias. Então, o que é?

Dimitri Vieira: confesso que perdi as contas de quantas vezes me deparei com conteúdos que prometiam ensinar Storytelling e dividiam em tópicos como:

  1. Chame a atenção do leitor
  2. Conte uma história
  3. Feche com uma lição de moral

O que deveria ser o Storytelling está apenas no item 2 e é uma redução muito simplista. Então, gosto de dizer que Storytelling é muito mais sobre como contar histórias, do que simplesmente o ato de contá-las.

Staage: Como aplicar o Storytelling em conteúdos curtos?

Dimitri Vieira: Se encaramos cada peça como algo individual, isso pode ser bem desafiador. Em alguns casos, ainda é possível e o Flash Fiction está aí para provar.

Um clássico exemplo é a frase de Ernest Hemiingway: “Vende-se: sapatos de bebês, nunca usados”.

Porém, em conteúdos para a internet, faz mais sentido quando trazemos uma visão macro para nossas estratégias e alguns traços de Transmídia.

Por exemplo, se você tem uma ideia para um artigo que teria cerca de duas mil palavras, você pode usar um texto de feed, ou até mesmo uma caixinha de perguntas no Instagram, para começar a discussão.

Assim, você começa a pavimentar o caminho para o artigo, aproveita para conversar com as pessoas que te acompanham para reforçar seus argumentos e, no instante que o artigo sai, as pessoas estarão mais envolvidas.

Há quem chame isso de “gatilho de antecipação”, mas prefiro ver como construção de relacionamento.

E após o artigo sair, você pode sempre quebrá-lo em trechos menores e usá-los em outras mídias, adaptando sempre para cada canal.

Em vez de buscar contar uma história complexa num conteúdo curto, busque contar trechos de uma história maior que você constrói aos poucos.

Staage: Quais os principais elementos do Storytelling?

Dimitri Vieira: quando falo em elementos do Storytelling, gosto de simplificar bastante para pensar em pontos comuns a praticamente todas as histórias — em vez de focar demais nas estruturas.

Então, resumo em quatro:

  1. Contexto: para apresentar o ambiente, a época e as regras do universo daquela história;
  2. Personagem protagonista: precisamos conhecê-lo a ponto de querermos acompanhar o que está por vir e, na maioria das vezes, torcer por ele;
  3. Conflito: ponto-chave para prender a atenção. Se o conflito é resolvido sem a introdução de um novo, a história costuma desandar;
  4. Mensagem associada à transformação do protagonista: essa mensagem pode estar explícita no filme, por meio da fala de algum personagem, ou não. Mas, na maioria das vezes, as histórias que mais nos marcam trazem alguma mensagem bem forte.

Staage: Como transformar um texto em uma jornada?

Dimitri Vieira: duas maneiras que gosto bastante são o Encadeamento de Ideias e a Gamification.

Com o Encadeamento de Ideias, você consegue estruturar qualquer conteúdo numa ordem que passa a fazer tanto sentido que, por mais que você não conte uma história propriamente dita, seu conteúdo se torna uma história por conta da evolução natural.

Com a Gamification, você traz algum elemento que funcione como marcação para evolução e, no decorrer do conteúdo, mostra essa evolução acontecendo.

Staage: Como criar um título impossível de ser ignorado?

Dimitri Vieira: um excelente ponto de partida é entender que seu título precisa chamar a atenção de alguém que, talvez, não te conheça e que não faz ideia do que você vai abordar no seu conteúdo.

Então, um erro bem comum é pensar no título com a “cabeça do escritor”, que já conhece o texto completo. Porém, fazendo isso, você perde a oportunidade de se apresentar para essas pessoas que comentei.

Por isso, pense sempre que você precisa dialogar com elas no título, apresentando de forma direta por que elas deveriam parar o que estavam fazendo para prestar atenção no que você tem a dizer.

E o mais importante: entregar, no texto, o que você prometeu no título.

Staage: Storytelling e Copywriter estão ligados ou é possível criar conteúdos persuasivos sem uma das técnicas?

Dimitri Vieira: estão muito mais ligados do que imaginamos, viu?

Um belo exemplo disso são os conceitos de conflito que acompanhei muitas pessoas utilizando e ensinando dentro do assunto Copywriting: conflitos internos, externos e filosóficos.

Abrindo o livro Story, do Robert McKee, encontramos os mesmos conceitos, apenas trocando “conflitos filosóficos” por “extra-pessoais”. Mas, na essência, é a mesma ideia.

Acredito que isso acontece porque, no fim das contas, o Copywriting funciona como a contação de duas histórias que se unem: a do produtor e a do interlocutor. Quando isso é feito com sinergia, a ação desejada acontece.

Staage: Conte quais foram os aprendizados que você teve trabalhando na Rock Content e como foi a decisão de sair de lá?

Dimitri Vieira: meus três anos na Rock Content foram a formação em Marketing que eu não tive de forma tradicional. Após trocar o CLT pela vida de freelancer (ou empreendedor), é comum demonizarem o CLT, mas comigo não foi assim.

Quando entrei na Rock Content, em 2018, não sabia o que era WordPress. Um ano depois, eu tinha vários cases de conteúdos publicados em primeiro lugar no Google para palavras-chave importantes — entre elas, por um bom tempo, “storytelling”.

Aprendi demais sobre marketing e produção de conteúdo, porque passei dois anos como editor-chefe de um dos blogs. Depois, entrei para o time da Rock University e também aprendi bastante sobre marketing e lançamento de cursos online.

O detalhe é que, enquanto eu fazia tudo isso por lá, também tinha meu projeto pessoal no tempo livre — incluindo minha atuação no LinkedIn, que me levou a ser nomeado Top Voice em 2019.

Em 2020, com influência da pandemia também, eu não estava conseguindo direcionar o mesmo foco e trabalhar nas duas frentes como antes, e acabei focando mais no meu trabalho na Rock Content.

Por alguns meses, senti que meu projeto pessoal estava encostado na poeira, acumulando poeira. E essa é uma sensação dói. Em algum momento, você precisa tomar uma ação: ou guarda ele de vez, ou limpa a poeira.

Então, eu escolhi limpar a poeira e investir na minha marca pessoal.

Staage: É possível viver exclusivamente da escrita?

Dimitri Vieira: é sim. Só não é tão fácil viver da escrita daquela forma romantizada, que você apenas solta suas ideias num papel, compartilha com o mundo e recebe por isso.

Seria lindo se fosse fácil, mas as pessoas que chegam nesse patamar são exceções.

O caminho é vender alguns serviços relacionados à escrita. No meu caso, por exemplo, tenho o curso de Escrita Criativa e Storytelling, dou palestras, treinamentos e, em alguns casos, faço trabalhos de freela como copywriter também.

E alguns alunos do curso também vivem exclusivamente da escrita através de serviços que eles prestam, que variam desde Copywriting, até Social Media.

Staage: Qual foi sua estratégia para se tornar Top Voice?

Dimitri Vieira: comecei a compartilhar minhas ideias em formato de artigo em 2018. Meus primeiros foram publicados em fevereiro, mas comecei a escrever um por semana em junho.

Naquele ano, não tinha expectativas de ter uma nova lista de Top Voices, porque a única lista era de 2016 e, até então, não havia sinais de que seria algo anual.

Quando fiquei sabendo que teria uma nova lista em 2018, foi um belo estímulo para seguir com os artigos. Naquele ano, não saí na lista, mas muitas pessoas passaram a me ver como referência em Escrita Criativa e Storytelling.

Então, em 2019, apenas segui o ritmo e acabei saindo na lista.

Staage: Como foi sua experiência de viver de freela?

Dimitri Vieira: a liberdade de tempo para focar em meus próprios projetos é fantástica.

Só confesso que tive mais problemas e dificuldades com disciplina e ansiedade do que eu imaginava.

Quando tudo depende apenas de você, você sempre pode adiar o prazo para entrega, não é? Então, especialmente no começo de 2021, penei bastante com isso. E a ansiedade por conta da imprevisibilidade de não ter um salário pingando na conta todo começo de mês era algo que eu já imaginava, mas sentir na pele é diferente.

Ainda não experimentei a liberdade geográfica para poder falar, mas tive o luxo de seguir trabalhando normalmente sem sair de casa durante a pandemia.

Staage: Um dos seus curso é sobre LinkedIn para Marcas Pessoais. Quais dicas você daria para quem quer escrever para o LinkedIn e ainda não tem uma audiência?

Dimitri Vieira: o começo em qualquer canal novo é bem complicado, pela sensação de não ter alguém do outro lado para acompanhar o que você tem para dizer.

Os primeiros passos não são tão diferentes de outros canais. Você precisa entender bem quais são seus objetivos e como você quer ser notado pelas outras pessoas, para construir essa percepção aos poucos.

Uma vantagem que o LinkedIn tem em relação a outros canais é o alcance orgânico e o fato de que, quando alguém interage numa publicação sua, é como se ela estivesse compartilhando aquela publicação com sua rede também.

Para começar, uma coisa que recomendo (e que falo disso em mais detalhes no curso de LinkedIn para Marcas Pessoais) é escrever um post de “Hello World”, que funciona também como uma espécie de manifesto, no feed do LinkedIn.

Nele, você pode começar contando de forma bem aberta por que decidiu começar a usar a rede, se teve alguma inspiração para isso, quais conteúdos você pretende compartilhar por aqui, sobre quais assuntos e quais formatos.

Para fechar, vale pedir recomendações de pessoas dessa área, para incentivar as pessoas a interagirem e também começar seu trabalho de networking.

Depois, vale até pegar esse post e colocá-lo nos destaques do seu perfil. Aí o pessoal que chegar para te conhecer mais para frente, vai ter ele bem acessível.

Como ponto de partida, isso funciona bastante!

Staage: Qual conselho você daria para quem tem vontade de começar a produzir conteúdo, mas não sabe por onde?

Dimitri Vieira: as pessoas costumam se perder no começo por excesso de informação. Então, é fácil criar esse sentimento de “não sei para onde ir”, porque existem opções demais.

Então, para simplificar, recomendo algo que acabei fazendo de forma intuitiva quando eu comecei. No começo, não fazia a menor ideia de quem seria meu público-alvo.

Em vez de gastar esforços sonhando com uma persona antes de entrar em movimento, escrevi para duas pessoas:

  • eu mesmo (um ou alguns anos atrás)
  • eu mesmo (hoje)

Assim, passei a escrever os conteúdos que eu gostaria de ter encontrado antes e também os conteúdos sobre minha jornada de aprendizado, que eram basicamente os que eu gostaria de ler — no momento em que estava escrevendo.

Outra dica é: se você quer compartilhar suas ideias, não olhe demais para os números e olhe mais para o impacto que você desperta a partir das interações.

E aí, quais aprendizados você tirou das experiências e ensinamentos do Dimitri Vieira? Para conhecer os cursos do Dimitri acesse o site https://dimitrivieira.com/ e fique por dentro de tudo que ele compartilha nas redes sociais, em seu blog e em seus cursos.

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